quinta-feira, 30 de abril de 2020

Garanhuns perde o Professor, Advogado, Político e Radialista Antônio Edson

Antônio Edson e sua esposa Verônica
Garanhuns anoiteceu hoje, quinta-feira, 29 de abril, triste com a noticia de que o professor, radialista e homem público Antônio Edson de Araújo Lima faleceu.  Ele estava internado  no Hospital Monte Sinai e por voltas das 17 horas desta quarta -feira veio a óbito.  Antônio Edson nasceu em Limoeiro-PE, no dia 28 de setembro de 1943. Estava com 78 anos.

Antônio Edson foi advogado, professor da rede municipal de ensino, em Garanhuns, foi vereador de Garanhuns por 3 mandatos nos anos de 1968, 72 e 76, foi diretor do Ciretran, em Garanhun,  radialista nas Rádios Difusora de Garanhuns (Rádio Jornal) e Rádio Meridional de Garanhuns, sendo ainda servidor da justiça estadual em União dos Palmares-AL.

Abaixo texto do professor Eugênio Sobrinho.

O professor Antônio Edson foi um dos mais influentes comentaristas esportivos de Garanhuns e Região. A sua opinião, sempre afinada com o que realmente estava ocorrendo dentro de campo, induzia o torcedor a ficar de ouvido colado no rádio, por que ele conseguia descrever, com a maior fidelidade possível, toda a história do jogo. Por mais distante, era como se o ouvinte estivesse na beira do gramado, ouvindo o seu comentário.

Foi um dos grandes nomes da crônica esportiva escrita e falada em Garanhuns. Desfilou o seu talento, com uma voz inconfundível. Era o “Comentarista das Multidões”. Escreveu uma coluna esportiva para vários jornais da nossa cidade, entre eles o Monitor. Nas emissoras de rádio, emprestou sua voz, com opinião, para a antiga Rádio Difusora de Garanhuns (hoje Rádio Jornal) e também para a Rádio Meridional, quando a mesma pertencia ao Grupo Pérola.

Este ícone da radiofonia nos deixou, mas na sua trajetória como comentarista esportivo, brilhou ao lado de outros monstros sagrados da comunicação, no rádio esportivo de Garanhuns, tais como os narradores: Josmário Silva (de Palmeira dos Índios), Aguinaldo Trajano (de Caruaru), Ricardo Trajano (da antiga Telpe), Simão Silva, Aloísio Alves e Lenildo Ramos; os repórteres Áriston Brito, Paulo Revoredo e Gláucio Costa e o comunicador Jonas Lira, que fazia a resenha esportiva na Rádio Difusora de Garanhuns.

 “Foi ao lado de Jonas Lira, que o seu comentário ia ao ar, logo após a Ronda Policial, que tinha o comando de Aloísio Alves, e os ouvintes contavam com a opinião do nosso saudoso Antônio Edson”, contou o radialista Simão Silva.
Antônio Edson e Ariston Brito

“Na Rádio Meridional ele participava, todas as tardes, da resenha esportiva Show de Bola. Na época, por telefone, com o seu comentário. Lembro como hoje, nós ligávamos pra ele e o operador colocava a vinheta, – E agora, com vocês, Jogo Perigoso, o comentário de Antônio Edson. Aí ele entrava livre, leve e com suas palavras fáceis”, afirmou o radialista Áriston Brito.
Outros grandes nomes trabalharam ao lado dele, mesmo sem os ter citado, peço que se sintam fazendo parte desta história e podem enviar para que possamos aqui deixar registrados.

“Ele tinha um grande sonho que era escrever um livro contando as chamadas Grandes Pérolas do futebol de Garanhuns, mas que infelizmente não conseguiu realizar, contava com um bom acervo sobre histórias vividas pelos colegas de rádio e de jornais”, afirmou o radialista Simão Silva.

Edson em raro momento de lazer

Agora é comigo.

A minha história na radiodifusão tem muito a ver com o nosso, agora saudoso, Antônio Edson. Nos anos 90, quando ingressei no Rádio(na antiga e saudosa Rádio Difusora de Garanhuns), ainda gaguejando as primeiras palavras da minha nova e honrada profissão, tive o prazer de, em poucos tempos, conhecer o amigo/irmão Antônio Edson, que além de escrever suas colunas para os jornais locais era o comentarista da emissora.

Foi ao lado deste “monstro sagrado da comunicação” que enveredei na crônica esportiva. Primeiro nos programas e depois nas transmissões como repórter e posteriormente narrador esportivo.
Fiz muitas transmissões ao lado de feras da locução esportiva a exemplo de Josmário Silva, no qual me espelhei visto que se tratava de um grande narrador esportivo, que já está no andar de cima, Aguinaldo Trajano e companheiros  como Ariston Brito, Jonas Lira, Aldo Vilela e Lenildo Ramos.
Antônio Edson, ou Edson, como carinhosamente eu o chamava, era um companheiro que, mesmo fora dos microfones, nunca esqueceu os amigos. Sempre que nos encontrávamos era só alegria.

Recife, Caruaru, Petrolina, Timbaúba, Limoeiro, sua terra natal e outras cidades do nordeste era caminho da roça, pois viajávamos uma ou duas vezes por semana para acompanhar os clubes de Pernambuco  especialmente Sete de Setembro e AGA, clubes de Garanhuns quando estes disputavam o campeonato pernambucano. Edson tinha uma grande paixão no nosso futebol o seu Santa Cruz de quem fala com muito orgulho.

Certo dia, já á poucos tempos, encontrei com ele foi quando ele me disse: Simão eu tenho um sonho a realizar e quero contar com você. Eu lhe perguntei de que se tratava e ele disse: estou pretendendo escrever um livro sobre as “pérolas”  das nossas transmissões”, que não eram poucas, quero contar com você. Fiquei muito feliz mas não deu tempo devido aos males que os acometeram. Tenho certeza que se o projeto tivesse ido adiante seria uma bela obra pois o homem sabia tudo e um pouco mais da matéria que se propunha a escrever. Edson era uma pessoa extrovertida, amigo, companheiro e, o melhor, um grande ser humano.

Foi com muita tristeza que recebi a noticia de que ele nos deixou. A família, especialmente dona Verônica, sua inseparável companheira e a toda família meus sentimentos e a certeza que deus vai ajudar a todos preencher esta lacuna deixada pelo amigo Antônio Edson.  Agora com certeza a equipe de esportes do céu está mais completa pois ele vai se juntar ao nosso querido Josmário Silva, dois profissionais que só quem os conheceu sabe do que estou falando. Vai com Deus irmão. 

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