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Antônio Edson e sua esposa Verônica |
Garanhuns anoiteceu
hoje, quinta-feira, 29 de abril, triste com a noticia de que o professor,
radialista e homem público Antônio Edson de Araújo Lima faleceu. Ele estava internado no Hospital Monte Sinai e por voltas das 17 horas desta quarta -feira veio a óbito. Antônio Edson nasceu em Limoeiro-PE, no dia 28
de setembro de 1943. Estava com 78 anos.
Antônio Edson foi advogado, professor da rede municipal de ensino, em Garanhuns, foi vereador de Garanhuns
por 3 mandatos nos anos de 1968, 72 e 76, foi diretor do Ciretran, em Garanhun, radialista nas Rádios
Difusora de Garanhuns (Rádio Jornal) e Rádio Meridional de Garanhuns, sendo ainda
servidor da justiça estadual em União dos Palmares-AL.
Abaixo texto do professor Eugênio Sobrinho.
O professor Antônio
Edson foi um dos mais influentes comentaristas esportivos de Garanhuns e
Região. A sua opinião, sempre afinada com o que realmente estava ocorrendo
dentro de campo, induzia o torcedor a ficar de ouvido colado no rádio, por que
ele conseguia descrever, com a maior fidelidade possível, toda a história do
jogo. Por mais distante, era como se o ouvinte estivesse na beira do gramado,
ouvindo o seu comentário.
Foi um dos grandes
nomes da crônica esportiva escrita e falada em Garanhuns. Desfilou o seu
talento, com uma voz inconfundível. Era o “Comentarista das Multidões”.
Escreveu uma coluna esportiva para vários jornais da nossa cidade, entre eles o
Monitor. Nas emissoras de rádio, emprestou sua voz, com opinião, para a antiga
Rádio Difusora de Garanhuns (hoje Rádio Jornal) e também para a Rádio
Meridional, quando a mesma pertencia ao Grupo Pérola.
Este ícone da
radiofonia nos deixou, mas na sua trajetória como comentarista esportivo,
brilhou ao lado de outros monstros sagrados da comunicação, no rádio esportivo
de Garanhuns, tais como os narradores: Josmário Silva (de Palmeira dos Índios),
Aguinaldo Trajano (de Caruaru), Ricardo Trajano (da antiga Telpe), Simão Silva,
Aloísio Alves e Lenildo Ramos; os repórteres Áriston Brito, Paulo Revoredo e
Gláucio Costa e o comunicador Jonas Lira, que fazia a resenha esportiva na
Rádio Difusora de Garanhuns.
“Foi ao lado de Jonas Lira, que o seu
comentário ia ao ar, logo após a Ronda Policial, que tinha o comando de Aloísio
Alves, e os ouvintes contavam com a opinião do nosso saudoso Antônio Edson”, contou
o radialista Simão Silva.
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Antônio Edson e Ariston Brito |
“Na Rádio Meridional
ele participava, todas as tardes, da resenha esportiva Show de Bola. Na época,
por telefone, com o seu comentário. Lembro como hoje, nós ligávamos pra ele e o
operador colocava a vinheta, – E agora, com vocês, Jogo Perigoso, o comentário
de Antônio Edson. Aí ele entrava livre, leve e com suas palavras fáceis”,
afirmou o radialista Áriston Brito.
Outros grandes nomes
trabalharam ao lado dele, mesmo sem os ter citado, peço que se sintam fazendo
parte desta história e podem enviar para que possamos aqui deixar registrados.
“Ele tinha um grande
sonho que era escrever um livro contando as chamadas Grandes Pérolas do futebol
de Garanhuns, mas que infelizmente não conseguiu realizar, contava com um bom
acervo sobre histórias vividas pelos colegas de rádio e de jornais”, afirmou o
radialista Simão Silva.
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Edson em raro momento de lazer |
Agora é comigo.
A minha história na
radiodifusão tem muito a ver com o nosso, agora saudoso, Antônio Edson. Nos anos
90, quando ingressei no Rádio(na antiga e saudosa Rádio Difusora de Garanhuns),
ainda gaguejando as primeiras palavras da minha nova e honrada profissão, tive
o prazer de, em poucos tempos, conhecer o amigo/irmão Antônio Edson, que além
de escrever suas colunas para os jornais locais era o comentarista da emissora.
Foi ao lado deste “monstro
sagrado da comunicação” que enveredei na crônica esportiva. Primeiro nos
programas e depois nas transmissões como repórter e posteriormente narrador
esportivo.
Fiz muitas transmissões
ao lado de feras da locução esportiva a exemplo de Josmário Silva, no qual me
espelhei visto que se tratava de um grande narrador esportivo, que já está no
andar de cima, Aguinaldo Trajano e companheiros como Ariston Brito, Jonas Lira, Aldo Vilela e
Lenildo Ramos.
Antônio Edson, ou
Edson, como carinhosamente eu o chamava, era um companheiro que, mesmo fora dos
microfones, nunca esqueceu os amigos. Sempre que nos encontrávamos era só
alegria.
Recife, Caruaru,
Petrolina, Timbaúba, Limoeiro, sua terra natal e outras cidades do nordeste era
caminho da roça, pois viajávamos uma ou duas vezes por semana para acompanhar
os clubes de Pernambuco especialmente
Sete de Setembro e AGA, clubes de Garanhuns quando estes disputavam o
campeonato pernambucano. Edson tinha uma grande paixão no nosso futebol o seu
Santa Cruz de quem fala com muito orgulho.
Certo dia, já á poucos tempos,
encontrei com ele foi quando ele me disse: Simão eu tenho um sonho a realizar e
quero contar com você. Eu lhe perguntei de que se tratava e ele disse: estou
pretendendo escrever um livro sobre as “pérolas” das nossas transmissões”, que não eram poucas,
quero contar com você. Fiquei muito feliz mas não deu tempo devido aos males que
os acometeram. Tenho certeza que se o projeto tivesse ido adiante seria uma bela
obra pois o homem sabia tudo e um pouco mais da matéria que se propunha a
escrever. Edson era uma pessoa extrovertida, amigo, companheiro e, o melhor, um
grande ser humano.
Foi com muita tristeza que recebi a noticia de
que ele nos deixou. A família, especialmente dona Verônica, sua inseparável companheira
e a toda família meus sentimentos e a certeza que deus vai ajudar a todos
preencher esta lacuna deixada pelo amigo Antônio Edson. Agora com certeza a equipe de esportes do céu
está mais completa pois ele vai se juntar ao nosso querido Josmário Silva, dois
profissionais que só quem os conheceu sabe do que estou falando. Vai com Deus
irmão.